domingo, 30 de outubro de 2016

VISÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA - Eduardo Marinho

VÍDEO em que Eduardo Marinho descreve sua VISÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA.

"Ocupação é uma necessidade social. Nós estamos em um Estado criminoso que sabota a saúde, a educação, dominado por empresa, que mantém um sistema escravagista. Na minha opinião a gente nunca viveu em uma democracia. Isso aqui nunca foi uma democracia." (EDUARDO MARINHO)

RESUMO E QUESTÕES - ELAINE BEHRING E IVANETE BOSCHETTI

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Escola sem Partido: entenda o que é o movimento que divide opiniões

Professores têm se posicionado contra as ideias do Escola Sem Partido

O Senado lançou nesta semana uma enquete em que toda a sociedade pode opinar contra ou a favor do projeto de lei 193/2016, de autoria do senador Magno Malta (PR-ES), que inclui entre as diretrizes e bases da educação nacional o programa Escola sem Partido.

O programa, que tem ganhado defensores e críticos nos últimos tempos, existe desde 2004 e foi criado por membros da sociedade civil. Segundo Miguel Nagib, advogado e coordenador da organização, a ideia surgiu como uma reação contra práticas no ensino brasileiro que eles consideram ilegais. "De um lado, a doutrinação política e ideológica em sala de aula, e de outro, a usurpação do direito dos pais dos alunos sobre a educação moral e religiosa dos seus filhos", explica. Para Nagib, todas as escolas têm essas características atualmente.

A proposta do movimento é de que seja afixado na parede das salas de aula de todas as escolas do país um cartaz, onde estarão escritos os deveres do professor.

MATÉRIA COMPLETA NO LINK ABAIXO:

Com funk ostentação, grupo leva conscientização a jovens da periferia

"Ostentação é aprender, o estudo valorizar, adquirir conhecimento, minha meta conquistar". São com essas palavras e uma mistura de funk com rap que MC Oz, ao lado de seus colegas do MCs pela Educação, abre seus shows para plateias lotadas de estudantes de escolas públicas da periferia de São Paulo. Oziel Ferreira, 29, foi usuário de cocaína e dependente de álcool durante a adolescência. Recuperado, utiliza o funk para mudança social.
MCs pela Educação durante apresentação em uma escola pública de São Paulo
MATÉRIA COMPLETA NO LINK ABAIXO
http://www1.folha.uol.com.br/empreendedorsocial/2014/09/1518821-com-funk-ostentacao-grupo-leva-conscientizacao-a-jovens-da-periferia.shtml

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

DESINDUSTRIALIZAÇÃO PODE SER UM BEM?


Em recente edição da revista Veja há uma coluna do Mailson de Nóbrega, ex-ministro da Fazenda do governo FHC com intrigante título “O lado bom da desindustrialização”. A palavra “desindustrialização” entrou em uso só recentemente, mas está sendo aplicada cada vez com maior freqüência e maior preocupação.

Não é para menos. Nas últimas décadas prevaleceu um otimismo e até um orgulho patriótico sobre as façanhas da indústria nacional, que crescia a olhos vistos dominando segmentos sofisticados como o automotivo ou aeronáutico.

Os males que afetam a indústria brasileira são por demais conhecidos e comentados e, infelizmente, de difícil solução, já que os problemas são praticamente todos na esfera governamental, onde a iniciativa ou opinião privada pouco pode fazer, mais ainda com o Congresso e Senado compostos de políticos que ainda não mostraram para o que foram eleitos. Problemas de legislação obsoleta, problemas de infra-estrutura, agora agravados pela onda de greves, injustificáveis, enfim, deixo a cargo dos mais competentes e mais envolvidos ou atingidos comentar os “malfeitos” (também um neologismo em moda).

Onde será que Mailson de Nóbrega encontrou “O lado bom” na desindustrialização? Segundo ele, não é fenômeno tipicamente brasileiro, mas trata-se de fenômeno global. A participação da indústria nacional no PIB de 1985 foi de 35 % e caiu para 16 % em 2009. Mas o crescimento anterior era mais resultado do fechamento da economia do que resultado da eficiência. As perdas alarmantes de competitividade sofridas nos últimos tempos se devem ao aumento salarial acima da produtividade, sistema tributário caótico, legislação trabalhista anacrônica, infra-estrutura deteriorada e burocracia excessiva. Nada que já não teria sido comentado e analisado. O problema reside no fato, de que não há nem tentativa de remover ou corrigir estes fatores.

O lado bom, da desindustrialização residiria no aumento da área de serviços, cada vez mais sofisticados e importantes para a vida moderna. Não falamos de salões de beleza, de lanterneiros ou empregados domésticos. O setor de serviços na sociedade moderna envolve setores de alta tecnologia, design de novos produtos, de software para estes, ciências médicas e equipamentos para médicos, nanotecnologia, novos materiais e avanços nestes setores.

Como chegar até lá? 
Existe um único caminho, o caminho da educação. É nisto que o Mailson de Nóbrega vê o lado positivo da desindustrialização. Ou seja, o poder público e, melhor ainda, o clamor público deve exigir melhores escolas, desde o ensino fundamental, criação de mais e melhores escolas técnicas e profissionalizantes para formação de mão-de-obra condizente com as mudanças na vida social, econômica e industrial do terceiro milênio e das mudanças a que a sociedade moderna está submetida. Agora mesmo assisti no programa “Bom Dia Brasil” a notícia, de que este ano, até agora, o Ministério de Trabalho já outorgou 33.000 permissões de trabalho para profissionais estrangeiros!

Este é um fenômeno que não tem nada de novo. Os “tigres” asiáticos estão provando a cada dia o acerto desta política do futuro. As Coréias são um retrato vivo do funcionamento desta filosofia. A Coréia do Norte, com sua população na mais degradante miséria, morrendo de fome, presa às idéias obsoletas do socialismo, no Brasil brilhantemente representado pelos esquerdinhas, e a Coréia do Sul, praticando democracia e um capitalismo sadio, está cada vez mais presente no cenário econômico mundial. Até no Brasil, os Hyundiai e Kias já viraram sonho de consumo, sem falar nos eletrônicos.

E como fica a indústria de calçados brasileira neste contexto? 
Temos dois caminhos a seguir. Que, aliás, talvez sem se dar conta do ocorrido, já estão sendo seguidos pelos dirigentes das indústrias nacionais. 

  1. Um caminho é o caminho clássico o de “deixar estar para ver como fica” na doce esperança que “o governo tem que tomar alguma providência!” – 
  2. e o outro já trilhado pelos empresários antenados com os tempos atuais, que já trilham caminhos independentes sem esperar por uma bóia salva-vidas que não virá.

Estes caminhos são fáceis de identificar, embora não tão fáceis de implantar, dada a natural resistência humana de sair da zona de conforto e enfrentar situações novas para as quais não existem parâmetros de experiências passadas. Ou, alguém tem coragem de dirigir pelo retrovisor?   

Mas quais são especificamente os caminhos a nos levar para um Porto Seguro deste milênio?  

  • Enxugar as fábricas e introduzir uma gestão lean como os engenheiros de produção da nova geração adoram dizer. 
  • Fazer uma pesquisa de mercado, mas uma pesquisa real, não baseada nas informações viciadas dos representantes. 
  • Fortalecer a marca por todos os meios de comunicação disponíveis. Originalidade na criação. 
  • Preenchimento de nichos de mercado mal ou não atendidos. Adotar tecnologias e materiais de ponta. 
  • Selecionar com critério e treinar constantemente os colaboradores. Sacrificar a quantidade em favor da qualidade e maior valor agregado.

Atendida esta parte, que venha a desindustrialização! Nos vamos sobreviver, atendendo o crescente setor de serviços, dono de maior poder aquisitivo e mais seletivo quanto à qualidade e originalidade de produtos. Não resta dúvida, é um desafio enorme. Mas de há muito sabemos que para a indústria também se aplica a Lei do Charles Darwin – só os mais capazes, preparados e resistentes sobreviverão!

Zdenek Pracuch
10/09/12

fonte: http://www.pracuch.com/tec_desindust.html

O lado bom da desindustrialização - MAÍLSON DE NÓBREGA


REVISTA VEJA

     A Revolução Industrial transformou a Inglaterra na maior potência do século XIX. Por isso, a industrialização passou a ser vista como o meio para alcançar padrões superiores de desenvolvimento. Até hoje, "país industrializado" é sinônimo de país rico. Assim, no século XX, a industrialização foi prioridade mundo afora. Ainda hoje, a ideia de que a indústria é o centro dinâmico da economia povoa muitas mentes, para as quais o setor é a base do crescimento. A ele caberia disseminar o progresso técnico, irradiando efeitos para a frente e para trás na cadeia produtiva.
     Fala-se em desindustrialização nociva ao Brasil, mas vários estudos descartam a ideia. Regis Bonelli e Samuel Pessôa, em artigo publicado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (2010), constatam o declínio da participação da indústria no PIB - de 36% em 1985 para 16% em 2009 -, mas mostram que se trata de fenômeno mundial. A nossa participação é que era excessiva. por causa do fechamento da economia. Recentemente, a indústria nacional tem sofrido perdas alarmantes de competitividade, mas a explicação básica é conhecida: salários acima da produtividade e piora do "custo Brasil" (sistema tributário caótico, legislação trabalhista anacrônica, infraestrutura deteriorada e burocracia excessiva).      
      A perda de participação da indústria em todo o mundo aumenta, naturalmente, a dos serviços, que é de quase 80% do PIB nos países desenvolvidos. No Brasil, os serviços saltaram de 53% do PIB em 1990 para 67% do PIB em 201 1. Muitos se preocupam, pois acham que os serviços não geram ganhos relevantes de produtividade, que é a fonte essencial da elevação do potencial de crescimento. Esse raciocínio vale para serviços prestados aos consumidores, como os de cabeleireiro, motorista, empregado doméstico e semelhantes. mas não é sempre assim.
      De fato, embora a indústria continue importante, os serviços assumirão a liderança que a ela pertenceu, na geração de empregos e produtividade, da Revolução Industrial até meados do século XX. Já é assim na economia americana, conforme provou Enrico Moretti, da Universidade da Califórnia em Berkeley, no livro The New Geography of Jobs (2012). Para ele. a geografia do emprego tem mudado profunda e irreversivelmente nos Estados Unidos. Os eixos de inovação em serviços são as novas engrenagens da prosperidade. Eles envolvem os setores de alta tecnologia: design e software de produtos como o iPhone e o iPad, tecnologia de informação, ciências médicas, robótica, equipamentos médicos, novos materiais e nanotecnologia. A produtividade cresce nesses setores graças ao avanço tecnológico.
       Pesquisas de Moretti mostram que nos Estados Unidos um emprego criado nos setores de alta tecnologia gera outros cinco. Na indústria, essa relação é de apenas um para 1,6. Os centros de alta tecnologia demandam relativamente mais profissionais de nível universitário, de alta qualificação e maiores salários. A renda mais elevada aumenta a procura por serviços de médicos, engenheiros, arquitetos, personal traineis e outros, como os ligados ao lazer e ao turismo. Esses profissionais ganham mais do que seus pares que trabalham em regiões desprovidas desses centros.
      Áreas de alta tecnologia - casos de Vale do Silício, Austin, Boston, San Diego, Nova York. Washington e Dallas - são aglomerações (clusters) dotadas de ecossistemas com oferta adequada de crédito, capitais, recursos humanos qualificados e serviços de elevada eficiência em propaganda, assessoria jurídica, consultoria de gestão, engenharia e expedição de produtos. A educação é a base da inovação nesses centros. Para Moretti, os mercados emergentes que investem bem em educação e inovam tenderão a trilhar o mesmo caminho. A China já produz mais patentes do que a Alemanha e a França. E o efeito. entre outros, de sua excelente política educacional.
      O Brasil precisa de reformas para aumentar a competitividade da indústria e preparar-se para competir nos promissores segmentos dos serviços. Isso exige uma revolução na educação, nas instituições e, assim, no ambiente de negócios. Preferimos, todavia, reeditar políticas industriais de uma época que passou.